Sentimentos

TEXTOS DE NATAL

5  textos de natal que vão despertar o espírito natalino no seu coração! Para pensar no significado desta data tão especial:

1. O NATAL 

Ouvi dizer que o Natal perdeu seu significado…
Que deu lugar ao consumismo,
Árvores de Natal
e Papai Noel

Mas eu prefiro lembrar que neste Natal,
Por conta dos empregos temporários,
Muitas pessoas puderam resgatar um pouco de sua dignidade.

E que por conta do dinheirinho extra que receberão
Muitos pais e mães de família poderão
Oferecer uma mesa mais farta aos seus filhos

Prefiro lembrar que
por conta das Campanhas de Solidariedade feitas nesta época
algumas crianças ganharão, sim, algum brinquedo.

E que você…
Você poderá dar Aquele Abraço nas pessoas que você gosta
Mas que “por falta de motivo” pra abraçar
Ficou contido até agora…

E, talvez, neste momento você perceba que,
Bem ou mal,
No Natal, o Amor está em toda parte!

Mas, se ainda assim, você não quiser celebrar nesta data
Não tem problema:
Quero te convidar a viver com o Espírito do Natal
Todos os teus dias!

Augusto Branco

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2. UM NATAL AZUL

Esta história é acerca do Natal e da caixa por debaixo da nossa árvore de Natal, que não era, de modo algum, suficientemente grande para conter uma bicicleta. Essa caixa, embrulhada em papel de seda azul brilhante com uma etiqueta onde se lia «Feliz Natal, Terry – com amor, Mãe e Pai» era o objeto da minha atenção, porque sabia que encerrava o meu principal presente, e aquilo que eu queria, na verdade, era uma bicicleta. Não uma bicicleta qualquer, mas uma bicicleta azul do Armazém Johnston, em Hill.

No outro lado da árvore estava outra caixa, embrulhada em papel vermelho, com uma etiqueta onde se encontrava escrito «Feliz Natal, Steve – com amor, Mãe e Pai». Steve, o meu irmão de nove anos, queria um comboio eléctrico, e eu tinha a certeza de que era isso que o embrulho continha.

Estávamos no ano de 1958, tinha eu onze anos, e vivíamos em Cedar Falls, uma cidade que nunca cheguei a conhecer bem, porque fomos viver para Iowa City no Outono seguinte.

Tínhamos uma casa baixa, como as dos ranchos, verde-clara e novinha em folha. Era uma rua nova e uma vizinhança nova, cheia de casas novas e caras.

Hill ficava a seis quarteirões e era importante para nós, não apenas por ser uma pequena zona comercial mas também porque era onde ficava a faculdade que a minha irmã, Linda, com dezassete anos, frequentaria no Outono seguinte.

Na segunda-feira antes do Natal, Steve e eu dirigimo-nos a Hill para fazermos as compras de Natal. A tiritar, enfiei, o mais que pude, as mãos nos bolsos. O céu estava ameaçadoramente cinzento, e o vento frio, que sacudia os ramos nus das árvores, parecia trespassar o casaco.

— Anda, Steve — gritei, com impaciência, ao meu irmão. — Nunca mais lá chegamos se não nos despacharmos.

— Uma corrida?! — gritou ele.

Partimos. Eu era mais rápido do que ele, mas às vezes, com um pequeno avanço, ele conseguia vencer-me. Corri atrás dele, esforçando-me por apanhá-lo. Ele parou na esquina, virou-se, com o rosto corado.

— Ganhei — disse ele, ofegante e com ar de triunfo.

Noutro dia qualquer, ter-lhe-ia chamado trapaceiro. Mas este dia era especial, por isso deixei–o ser o vencedor. Avistava-se Hill. Os candeeiros estavam alegremente enfeitados com correntes de celofane verde e enormes rebuçados de plástico, que tinham um aspecto apetitoso. Steve e eu subimos a colina e passamos pela loja dos refrescos, onde às vezes, no Verão, comprávamos gelados, e pela loja dos animais de estimação, onde geralmente admirávamos os periquitos e as tartarugas. Fomos a uma loja de pechinchas fazer as compras de Natal – pela primeira vez, sozinhos.

O meu irmão tinha as poupanças do cofrinho, um porquinho, guardadas na mão, e, no meu bolso, eu levava quatro dólares, parte dos quais ganhara por limpar o pátio do vizinho.

Na loja demoramo-nos o tempo suficiente para examinarmos a vitrina. Havia uma série de coisas – Papai-Noéis de chocolate, bonecas com cabelo comprido, caminhões de bombeiros em miniatura, vermelhos e brilhantes, com mangueiras que deitavam água.

— Podias comprar-me aquilo — disse ao meu irmão, apontando para um disco voador azul e redondo que estava num monte de neve artificial.

— Só tenho sessenta e cinco reais — lembrou ele.

Então entramos. Steve parou perto de um frasco de pentes coloridos e examinou um, atentamente. Em seguida olhou para mim.

— Não tens coisas para comprar? — perguntou.

Dirigi-me à ala que tinha envelopes, blocos e material de papelaria. «A minha irmã vai precisar de papel para nos escrever», pensei. Era um presente perfeito. Pensei em comprar um bloco ao meu pai, uma vez que ele ia voltar para a faculdade em Iowa City. (Aos 45 anos!) «Demasiado banal», pensei. Queria dar-lhe algo de especial, nada de tão ridículo como o chapéu verde que os amigos tencionavam oferecer-lhe.

O meu irmão dobrou a esquina e começou a olhar para os lápis. Peguei no material de papelaria que escolhera e dirigi-me à caixa registadora. Fizera à minha mãe um par de luvas artesanal para pegar pratos, mas queria dar-lhe outra coisa. Repentinamente, avistei o presente perfeito, um par de brincos em azul-claro que ficariam bem com o seu vestido novo.

Ainda tinha dinheiro suficiente para comprar tacos de basebol, pastilhas elásticas e uma lanterna pequena para Steve. Depois de pagar os meus presentes, esperei por ele na rua.

Ele saiu pouco tempo depois, radiante, com um saco pequeno numa mão, uma moeda de cinco centavos na outra.

— Vamos embrulhá-los — disse ele.

Fomos para casa, passando pelo armazém de ferragens, para eu poder olhar para a minha bicicleta. Na verdade, a bicicleta não era minha, mas andava a poupar dinheiro para a comprar. Era tudo o que queria no mundo. Era um modelo italiano, azul e estreita; nunca vira uma como aquela! Planeava ir nela para a escola e à loja dos gelados e visitar a minha melhor amiga, Cathy, embora ela apenas vivesse a meio quarteirão da minha casa. «No próximo Outono, visitarei Iowa City montada nela.»

O armazém estava muito movimentado, e o Sr. Johnston estava a atender um cliente. Hoje não teria tempo para conversar. Daria uma vista de olhos à bicicleta e sairia. O meu irmão esperou perto dos artigos de desporto enquanto eu me dirigi para a parte de trás, o sítio das bicicletas. Lá estava ela, na ponta, tão azul como o céu, à espera que a montassem… Estendi a mão para tocar no assento azul e branco… e parei, estarrecida. Pendurada no guiador estava uma etiqueta com letras maiúsculas escritas à mão! – vendida – dizia.

Parecia que o meu coração parara e o tempo também. Durante três meses, desde o primeiro dia em que a vira, que eu tinha poupado dinheiro para comprar aquela bicicleta azul!

Saí da loja a correr, contendo as lágrimas. Alguém desceria a Rua College na minha bicicleta, alguém que eu conhecia, ou, pior ainda, um estranho, que a deixaria à chuva e à neve até enferrujar e ficar velha!

De regresso a casa, Steve e eu caminhamos devagar. Não notei o frio. Ele queria falar, mas eu pensava na bicicleta que esteve quase para ser minha, mas que já não seria. Uma coisa era certa. Podia partir o cofrinho. Já não precisava dos doze dólares que tinha guardado. Comecei a pensar naquilo que faria com eles.

Este, o nosso último Natal em Cedar Falls, seria um verdadeiro Natal triste, sabia-o. No ano seguinte, já não teríamos a casa de rancho com as duas lareiras. Em vez disso, teríamos uma pequena barraca de lata que ficara da Segunda Guerra Mundial, tão pequena que mal tinha o tamanho do meu quarto em Cedar Falls. Em vez de uma lareira teria um fogão a óleo; em vez de uma janela panorâmica, que dava para um enorme relvado, teria janelas tão altas que não poderia ver nada, muito menos um relvado. A minha mãe dissera que tínhamos de poupar dinheiro e de reduzir as despesas. Ela tentaria arranjar um emprego, enquanto o meu pai iria para a faculdade.

Não estava particularmente entusiasmada com a perspectiva de cortar nas despesas ou de mudar para outra terra. Gostava de Cedar Falls, das lojas em Hill, da escola e da minha melhor amiga, Cathy. Mas sabia que a educação era importante. Trouxera-nos para a casa nova como as dos ranchos, com um enorme relvado em declive, cheio de oliveiras e salgueiros. Essa casa ficava a muitos quilômetros das casas, quase em ruínas, onde o meu pai crescera; barracas escuras, cheias de correntes de ar, inflamáveis e malcheirosas, fábricas cheias de fumo. E levar–nos-ia ainda para mais longe – até à cidade universitária onde o meu pai esperava doutorar-se, e depois para outra cidade universitária onde ele se tornaria professor.

«Se eu tivesse aquela bicicleta azul», pensei alegremente, «não me importaria de mudar tantas vezes de terra». Então, recordando-me daquilo por que o meu pai passara quando era criança, decidi tirar a bicicleta da cabeça. Era preciso pensar no Natal e nos presentes que tínhamos de embrulhar.

Quando o meu irmão e eu chegamos em casa, já me sentia mais animada e entramos de roldão, tirando os casacos e os bonés. Ouvi Bing Crosby no toca-discos a cantar «White Christmas»*. Isso significava que, durante a nossa ausência, o meu pai fora buscar os discos de Natal. Estava sentado à lareira, onde uma fogueira dava estalidos, a ler. Ocasionalmente, imitava a voz de Crosby, com uma voz de tenor desafinada.

A minha mãe estava a cozinhar, cantarolando enquanto trabalhava. Estava a fazer bolinhos de açúcar em forma de sinos e renas, salpicados com açúcar vermelho e verde. O meu irmão e eu sentamo-nos e comemos dois, acabados de sair do forno, na mesa de piquenique onde comíamos na nossa cozinha. O cheiro tentador dos bolinhos no forno infiltrou-se em todos os compartimentos da casa quente e acolhedora, enquanto Bing Crosby cantava e eu embrulhava os presentes. Quando os coloquei debaixo da árvore, descobri vários embrulhos, pequenos e retangulares, que o meu irmão fizera.

Um era para mim. «Feliz Natal, Terry», dizia o cartão, «e nada de espreitar.»

Um pedaço de fio prateado desprendera-se da árvore e voltei a pô-lo num ramo baixo. Depois recuei para contemplar a árvore. Decorá-la era uma tarefa da família, e cada ano arrastávamos a caixa das decorações e examinávamos, com alegria, o seu conteúdo. Havia pequenas lâmpadas em forma de vela com água colorida no interior, que borbulhava quando se acendiam. Havia fio prateado, que todos os anos retirávamos cuidadosamente da árvore e guardávamos.

À noite, quando as únicas lâmpadas acesas eram as da árvore de Natal, a sala parecia ficar com um brilho especial, um brilho azul, como se aquela árvore fosse o centro do Universo e todas as promessas do mundo estivessem naquela sala. Aquela árvore emanava calor, felicidade e segurança.

— Olhem — disse a mãe — está a nevar.

O céu, que ameaçara neve todo o dia, ficou limpo, abriu-se, e delicados flocos caíam suavemente no chão, juntando-se à volta dos degraus, cobrindo o pátio, ornamentando os pinheiros pequenos. Caía um silêncio na vizinhança e em cada janela as lâmpadas coloridas das árvores de Natal pareciam cintilar. Até a neve tremeluzia, apanhando e refletindo as luzes azuis presas nas árvores do outro lado da rua.

Depois do jantar, o meu pai falou do Natal, quando ele era criança. Falou do tempo em que não havia dinheiro suficiente para presentes, nem mesmo para comida. Era um mundo distante que eu apenas conhecia das suas histórias, e, embora tivesse visto as casas em ruínas onde ele crescera, era-me difícil compreender a realidade de ficar com fome ou passar sem presentes no dia de Natal.

Alguns dos seus Natais tinham sido alegres, e eram os que ele mais gostava de recordar. Gostei de o ouvir falar do ano em que ele e o irmão receberam um trenó de madeira, que encontraram encostado à casa numa manhã de Natal resplandecente. Gostava de imaginar o meu pai a descer pela colina a toda a velocidade, a rir com vontade, com a neve a cair-lhe no rosto, cegando-o momentaneamente.

Mas pensava sempre como seria ter fome. Esperava, no meu íntimo, nunca vir a ter um Natal sem bolinhos em forma de catavento e sem as laranjas que a minha mãe me metia sempre na meia.

Subitamente, soube aquilo que daria ao meu pai no Natal – o dinheiro que poupara para a bicicleta. Corri para o quarto e, num pedaço de papel, escrevi: «Querido pai, isto é para os teus estudos.» Dobrei cuidadosamente o papel e meti lá dentro o dinheiro que poupara para a bicicleta – doze notas de um dólar. Pus o papel numa caixa de sapatos. Ele nunca adivinharia o que poderia conter uma caixa de sapatos tão leve como uma pena. Embrulhei-a com todo o cuidado e coloquei-a debaixo da árvore.

E, finalmente, o Natal chegou! Na manhã de Natal, o meu irmão e eu levantamo-nos de madrugada, tentando acordar os meus pais. Esperamos pacientemente, enquanto a minha mãe se dirigia devagar para a cozinha e fazia café. O meu irmão e eu batemos nos presentes por debaixo da árvore e esvaziamos as meias, cheias de doces com fitas, de laranjas, maçãs e bugigangas. A mãe não se podia apressar? Porque tínhamos de tomar café?

Por fim, chegou o grande momento, quando nos juntamos à volta da árvore. A expectativa era grande. Acabara por aceitar o fato de não haver nenhuma bicicleta, mas aquela caixa grande continha outra coisa, uma surpresa maravilhosa. Eu tinha a certeza. Começamos a abrir os presentes. A avó mandara-me um pijama. Dera à minha irmã fronhas bordadas. A minha irmã dera ao meu pai uma caneca para o café. O meu irmão desembrulhou uma bola de futebol e gritou de contentamento.

E lá estava a caixa grande para mim. Abanei-a para ver se chocalhava. Não chocalhou.

— Tenta adivinhar — disse a mãe.

Não fui capaz e acabei por lhe arrancar o papel. Lá dentro estava um grande disco azul da loja das pechinchas. Nevara no momento certo. O meu pai recebeu uma camisa de flanela vermelha que a minha irmã tinha feito, e a minha mãe recebeu um pente do meu irmão e passou-o pelo cabelo.

— Obrigada, querido — disse a Steve.

A minha irmã desembrulhou o material de papelaria e riu.

— Suponho que significa que terei de escrever — disse ela, dando-me um abraço.

Por fim, o meu irmão pegou na caixa grande. Começou por dizer:

— Um disco para… — E depois chocalhou qualquer coisa dentro da caixa.

Os olhos arregalaram-se. Com a mãe a aconselhá-lo a aproveitar o papel, abriu devagar a caixa. Era um comboio eléctrico com um vagão para o gado e um vagão do guarda, amarelo.

— É como a Central de Illinois — disse ele.

Então vi o pai pegar na caixa de sapatos, com uma expressão algo confusa. Desatou cuidadosamente a fita. Meteu a mão e retirou o cartão.

Não disse nada. Quando acabou de ler aquilo que eu escrevera, olhou para mim, depois para a minha mãe. Os olhos pareciam rasos de água.

«Terei estragado o Natal?» Vimo-lo num silêncio constrangido. Depois, quando entregou o cartão à minha mãe, levantou-se, vestiu a camisa nova, meteu o pente novo num bolso e o dinheiro no outro.

— Parece que estou pronto para a faculdade — disse, rindo. Então a sua expressão mudou e olhou para todos nós. — Este é o mais belo Natal que tive. Espero que também seja para vocês — disse. Piscou o olho à minha mãe.

A minha mãe alisava as luvas pega-pratos que eu lhe dera com as mãos. Pusera os brincos azuis. O modo como sorriu para mim mostrou-me como estava contente.

Enquanto o meu pai fingia beber da caneca, peguei na locomotiva, preta como carvão, do comboio do meu irmão.

— É linda — disse.

Ele sussurrou-me:

— Talvez recebas uma bicicleta no dia dos teus anos.

— Talvez — respondi. O meu aniversário era dali a onze meses, e, por enquanto, aquelas colinas teriam de passar sem mim.

Mas, quando peguei nos lápis azuis que o meu irmão me dera, de repente compreendi. O Natal era mais do que dar ou receber presentes.

Era o fato de o meu irmão ter esticado as mesadas para nos comprar presentes. Era o carinho com que eu fizera aquelas luvas. Era o fato de a minha irmã estar ali, antes de ir para a faculdade. Era a minha mãe atarefada na cozinha, a cantar «Noite Feliz»,e o meu pai a por o disco de Bing Crosby a tocar um sem-número de vezes. Eram os cânticos de Natal e os bolinhos e as lâmpadas coloridas, uma família numa cidade pequena numa manhã em que a neve caía, abundante. Era o amor e a partilha e o convívio. Era tudo o que era intangível – recordações, tradição, esperança –, era um vislumbre, por um momento – um vislumbre de paz. A minha mãe interrompeu os meus pensamentos.

— Terry, podes ir ver se o café está pronto?

Obedientemente, corri para a cozinha, onde senti o cheiro de bolo de café e canela a cozer no forno. Cresceu-me água na boca.

— Está pronto — gritei, e peguei em duas chávenas de café. Em seguida, virei-me para ver se os pratos do pequeno-almoço estavam na mesa.

Não queria acreditar no que os meus olhos viam. Ali, encostada à mesa de piquenique, estava a bicicleta do armazém, mais brilhante, mais polida e azul do que alguma vez fora, a cintilar como uma visão. Respirando fundo, aproximei-me e toquei no cromado brilhante, no assento de cabedal, nos pneus.

Então, suavemente, Bing Crosby começou a cantar «White Christmas» na sala de estar. Sorri. Podia ser um Natal branco para toda a gente, com camadas de neve nos relvados, agora brancos e macios. Para mim era um Natal azul. Azul era a cor da promessa e da esperança, do ano seguinte de sempre, das estradas que percorreria, naquela bicicleta e noutras. Azul era o cume da colina, o vento nas minhas costas, a liberdade.

Feliz, levantei o descanso com o pé e fui de bicicleta até à porta da rua.

Terry Andrews

Que tal aproveitar que você está por aqui para dar uma olhadinha em Contos de Naltal ou Comerciais de Natal emocionantes? E não se preocupe, o link irá abrir em nova janela para não atrapalhar sua leitura 🙂

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3. Carta para o Papai Noel 

Meu querido Papai Noel?,

Já faz tanto tempo que eu não escrevo para o senhor, não é? Mas hoje, meu bom velhinho, resolvi resgatar aquela criança de brilho nos olhos e o coração cheio de esperanças que ainda vive dentro de mim. Não sou mais aquela criança e meus pedidos mudaram um pouco, mas com certeza o senhor poderá me atender.

Eu gostaria de uma pequena caixa vermelha. Isso mesmo vermelha. Que represente a vida.

Para que eu quero essa caixa? Eu explico:

Dentro dela vou guardar todo o amor que eu tenho para dar. Toda a esperança que vive dentro de mim. Toda a saúde que eu possa ter?. Todo o carinho que eu tenho para distribuir.

Vou guardar também a compreensão,? ela está tão rara hoje em dia?. Guardarei também a solidariedade que é tão necessária. Guardarei todos os meus sonhos para que nenhum fuja entre os meus dedos. Nela vai caber também o meu sorriso para que eu possa ofertar aos amigos a quem tanto amo?.

Vou guardar também todos os momentos felizes, pois não quero me esquecer de nenhum?. A minha gargalhada infantil?. A minha saudade, porque nela existe a prova do amor e de bons momentos. A confiança, pois sem ela não vivemos. A minha lealdade para que com ela possam contar. A felicidade? para que eu possa compartilhar. O brilho do meu olhar.

Nela também guardarei os meus desejos mais secretos para que um dia eles possam se realizar?. As lágrimas, pois elas também são de felicidade?. Todos os aprendizados que a vida me fez passar para que eu seja uma pessoa cada vez melhor?.

O senhor deve estar se perguntando onde vou guardar essa caixinha? e eu lhe respondo:

Dentro do meu coração, pois de lá sei que ela jamais se perderá? e para sempre vai ficar.

Meu bom velhinho faça que com a chegada do Natal, a criança que cada um tem dentro de si nasça novamente?. Que o Menino Jesus nos abençoe e proteja.

A minha criança está viva? e cheia de sonhos a espera do meu pequeno milagre de Natal?.

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4. É Natal… Paz na Terra

Paz na terra, entre todos os homens de boa vontade.
Paz àquele que anseia crescer, evoluir, entender.
Paz àquele que deseja em cada pensamento, em cada atitude, se melhorar.
Paz àquele que mergulha, dentro do próprio ser, a busca de entendimento, de aceitação.
Paz àquele que estende a mão a procura de bênçãos.
Paz àquele que abençoa com alegria e pureza de coração.
Paz àquele que em um sorriso traz calma, tranqüilidade, equilíbrio.
Paz àquele que procura ensinamentos e que através do pensamento, neste momento único em que todos os homens se irmanam, ao dobrar dos sinos, esteja em oração.
Paz àqueles que abrem seus corações em luzes puras, amorosas, magneticamente salutares, que envolvem a terra e permitem, neste raro momento, que ela brilhe, suspensa no espaço, girando em tons azuis, iluminando todo o infinito, abrandando aflitos…
Paz enfim Senhor, a todos os seres que habitam este universo e que rimam amor e dor…

Que a luz se faça e que refaça em todos os homens a fé renovadora, a força e a coragem, a inteligência, a razão.
Que os homens se irmanem na escalada da perfeição.
Que se unam em pensamento todos os de boa vontade.
E que nesta noite busquem a Paz.

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5. UM CONTO DE NATAL, DE AMIGO SECRETO E INIMIGO DECLARADO

Calma, não pretendo falar mal de ninguém, nem citar lista de desafetos. Mas sabe como é, hoje é véspera de Natal e o papo não dá trégua nem em dias santos e muito menos nos feriados! Estava pensando no Natal, no seu significado, fazendo aquele exame básico de consciência.

No Reveillon, são tantas as distrações da festa, que não dá tempo de passar o ano a limpo. Mas no Natal dá, o espírito da festa, mais família, mais caseiro, leva naturalmente à reflexão, ao retiro espiritual.

Pelo menos antes da ceia, dos presentes, do amigo secreto e daquela troca de abraços com familiares que a gente só vê uma vez por ano. “Lembra da tia Esmeralda?” Você não lembrava da tia Esmeralda, nem sabia que tinha uma tia Esmeralda, mas, vá lá, abraço e tapinha nas costas da tia Esmeralda, é Natal! Engraçado que, há pessoas nas nossas vidas que merecem ser vistas, ouvidas, sentidas o ano todo, mas ainda assim, só lembramos das coitadas no Natal.

Eu sei, é a correria do trabalho, o dia-a-dia atribulado, tanto para fazer e tão pouco tempo. Mas, vamos nos esforçar para tirar esse povo da geladeira em 2016.

Anote aí no seu caderninho: visitar tia Aparecida pelo menos uma vez por mês. Marque ao lado, 500 sessões extras de abdominal. Os biscoitos da tia Aparecida…hummm…ninguém faz igual.

E falar em Natal, lembramos logo da família e falar em família, a palavra mico vem colada feito um post-it. Você deve estar rindo agora das situações inusitadas que ocorreram na comemoração do ano passado.

Tio Alberto bebeu muito e tirou a vassoura pra dançar? Juninho, aquele seu primo meio chatinho, grudou chiclete na árvore de Natal? Nada disso? Então pelo menos um miquinho de amigo secreto você tem para contar.

Tia Rosana comprou uma blusa linda para você, igualzinha a da atriz da novela das oito, mas era três números menor que o seu. No auge da empolgação, todo mundo batendo palmas e gritando, veste, veste, veste, você coloca a blusa e…não entra. Tia Rosana, não satisfeita, diz na frente de todo mundo, “mas era seu número!”. Provavelmente era, quando você tinha 14 anos.

Amigo secreto no trabalho então, nem fale menina, cada orangotango que a gente paga. Já te deram calcinha fio-dental de presente? E um livro com um título esdrúxulo do tipo Como agarrar um marido rico em três lições? O amigo secreto, em certos casos, vira inimigo declarado, como na festa do trabalho de uma amiga minha.

O colega, que chegou atrasado ao barzinho e não sabia que o rapaz com cara de poucos amigos ao lado da colega era o marido, trouxe um perfume de presente e soltou a pérola: “esse perfume é para fulana, que tem o cangote mais cheiroso do escritório”. Já imaginou a cena? Sim, teve cadeira voando, soco no nariz e gritinhos histéricos no melhor estilo saloom do velho oeste.

Mas o Natal não seria essa festa ansiosamente aguardada se não tivesse essas historinhas engraçadas para passar o resto do ano “na resenha”.

E se você é do tipo que não vai em festas, foge da família no Natal e nem cumprimenta os vizinhos porque acredita que “essa festa é só comércio”, não se preocupe, esse post é para você também, pois do seu jeito, aposto que comemora.

Um bom livro, um filminho, um lanche caprichado à meia-noite, não importa o tamanho da sua comemoração. Natal é um sentimento de dentro para fora e o tal espírito natalino, de compaixão, carinho e amizade, dura o ano inteiro. É só a gente fazer uma forcinha. Feliz Natal!

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