O segredo da felicidade no casamento está nos pequenos gestos do dia a dia.
Autor Desconhecido
Um casamento perfeito é apenas duas pessoas imperfeitas que se recusam a desistir um do outro.
Autor Desconhecido
Atrás da poesia do amor vem a prosa do casamento.
Camilo Castelo Branco
De alguma maneira hoje
Quero sempre me casar com você…
Para mim este amor é diferente, não é de papel passado,
É amor de papel presente.
Elisa Lucinda
O casamento deve ser uma educação mútua e infinita.
Autor Desconhecido
O casamento é a relação entre homem e mulher na qual a independência é igual, a dependência é mútua e a obrigação recíproca.
Louis Anspacher
Um casamento feliz exige que nos apaixonemos muitas vezes e sempre pela mesma pessoa.
Autor Desconhecido
O casamento feliz não é nem um contrato nem uma relação. Relações temos nós com toda a gente. É uma criação. É criado por duas pessoas que se amam.
Miguel Esteves Cardoso
Casamento não é um nome, é um verbo. Não é algo que você tem. É algo que você faz. É a forma como você ama o seu parceiro a cada dia.
Barbara De Angelis
O amor é o melhor padrinho do casamento, e a estima recíproca o seu amigo mais fiel.
Paolo Mantegazza
O casamento é a identificação de duas pessoas imperfeitas em um indivíduo completo.
Ramalho Ortigão
Casamento – é muito difícil conhecer uma pessoa com quem se vive muito próximo, porque há um fenómeno de desfocagem, porque se está tão próximo não há uma perspectiva para conhecer, só para amar.
Agustina
O casamento é um edifício que deve ser reconstruído todos os dias.
André Maurois
CASAMENTO NA IGREJA
Tem gente que acha careta, tem gente que acha um luxo. A verdade é que ninguém é indiferente a uma cerimônia de casamento realizada na igreja, com direito a tapete vermelho, marcha nupcial, véu e grinalda. A maioria das garotas sonha com esse momento, o de ser entregue ao noivo pelas mãos do pai e de vestido branco, mesmo que essa simbologia tenha perdido o significado. Os futuros cônjuges podem estar dividindo o mesmo teto há meses e até ter um filhinho, quem se importa? A verdade é que casamento na igreja é um rito de passagem, um momento de bênção e de satisfação à família, aos amigos e à sociedade. O amor pode prescindir desse ritual todo, mas um pouco de pompa e circunstância não faz mal a ninguém.
Já que o casal optou pelo sacramento do matrimônio e quer fazê-lo diante de Deus, o mais seguro é não inovar. Nada de entrar na igreja sob os acordes da trilha sonora do Titanic, casar de vermelho e decorar a igreja com cactus. Você não está numa passarela do Dolce & Gabanna, está na capelinha da sua paróquia: Mendelssohn, velas, copos-de-leite e uma boa Ave-Maria na saída, quer coisa mais chique e inatacável?
Se eu tivesse casado na igreja seria a mais convencional das noivas. Só uma coisa eu tentaria mudar, ainda que levasse um sonoro não: o sermão do padre. “Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até os fins dos seus dias?” Nossa, não é tempo demais? Bonito, mas dramático. Os noivos saem da igreja com uma argola de ouro no dedo e uma bola de chumbo nos pés. Seria mais alegre e romântico um discurso assim:
Ela: “Prometo nunca sair da cama sem antes dar bom-dia, deixar você ver os jogos de futebol na tevê sem reclamar, ter paciência para ouvir você falar dos problemas do escritório, ter arroz e feijão todo dia no cardápio, acompanhar você nas caminhadas matinais de sábado, deixá-lo em silêncio quando estiver de mau humor, dançar só pra você, fazer massagens quando você estiver cansado, rir das suas piadas, apoiá-lo nas suas decisões e tirar o batom antes ser beijada”.
Ele: “Prometo deixar você sentar na janelinha do avião, emprestar aquele blusão que você adora, não reclamar quando você ficar quarenta minutos no telefone com uma amiga, provar a comida tailandesa que você preparou, abrir um champanhe no final de tarde de domingo, assistir junto o capítulo final da novela, ouvir seus argumentos, respeitar sua sensibilidade, não ter vergonha de chorar na sua frente, dividir vitórias e derrotas e passar todos os Natais do seu lado”.
Sim, sim, sim!!!
Promessas de Casamento
Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento a igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre. “Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?” Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:
– Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
– Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
– Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
– Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
– Promete se deixar conhecer?
– Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
– Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
– Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
– Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
– Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?
Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros.
Casamento
Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar.
Aos que pensam em voltar…
Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O AMOR É ÚNICO,
como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.
A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue,
A SEDUÇÃO
tem que ser ininterrupta…
Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia
SER ETERNA
Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas.
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada,
RESPEITO.
Agressões zero.
Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência… Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura, para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver
BOM HUMOR
para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar.
Amar só é pouco.
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.
Entre casais que se unem , visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um.
Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.
E que amar “solamente”, não basta.
Entre homens e mulheres que acham que
O AMOR É SÓ POESIA,
tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.
O amor é grande, mas não são dois.
Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.
Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!
Artur da Távola
BRAÇO DIREITO
Meu pai estava desesperado.
Sua mulher Elza, companheira de três décadas, enfrentou complicações na coluna, problemas sérios na bacia. O andar travou e apresentava fragilidade até para falar.
Vocês não conhecem o meu pai como eu: ele é um gurizão de 76 anos. Uma criança grande. Tudo o que ele faz mostra para sua esposa.
É dependente. Amorosamente dependente.
Ela carrega a casa: controla o mercado, prepara a comida, cuida das roupas e dos eventos, orienta os mínimos detalhes da rotina.
Quando ele esquece um autor ou um amigo, ela vem preencher as reticências do esquecimento. Casal quando se ama vive fazendo palavras cruzadas em qualquer conversa.
Sem ela, o pai desmorona. Não existe. Desaparece. Não saberá ligar o fogão. Ficará confuso entre os controles do ar-condicionado, da televisão e da net.
Ele cedeu para a sua mulher o domínio do mundo. Não foi uma submissão, mas confiança.
Jamais o vi confiar tanto em alguém como em Elza. Tanto que a chama de Elza dos pássaros. É sua migração, é seu voo, é seu ninho.
Em seus livros, todos os seus livros, há sempre um poema ou uma referência a ela. Vive criando dedicatórias para compensar a dedicação.
Tomam café juntos, leem jornal juntos, almoçam juntos, sesteiam juntos, passeiam juntos, jantam juntos, assistem novela juntos. São parceiros, cúmplices, confidentes, melhores amigos, amantes.
Não se largam. O pai tem uma cadeira vaga para a Elza em seus olhos verdes. Cadeira de praia. Já seus cílios são o guarda-sol.
Na íris paterna, no fundo mesmo, sua esposa está lá cantando chansons d’amour rivalizando as ondas do mar.
Quando Elza adoeceu, ele enlouqueceu de aflição.
Para complicar, ao mesmo tempo, ficou com uma dor tremenda no seu braço direito, que usa para escrever.
Não tinha como anotar uma frase que doía (meu pai redige primeiro à mão em seus caderninhos e somente depois passa a limpo no computador).
Por mais que tentasse, a letra não se levantava da cama das linhas. O pulso ardia, fisgava, não permitia movimentos mais longos entre os dedos.
A caneta não obedecia ao raciocínio, logo escorregava para o gemido.
A inspiração havia sido levada pelo mau humor do osso e indisposição dos nervos.
Mas ele nem se deu conta de que sua lesão foi uma coincidência clarividente. Seu braço parou porque Elza é seu verdadeiro braço direito.
Gostou da seleção? Deixe um comentário abaixo! Sua opinião é muito importante para nós e possibilita a edição de assuntos voltados cada vez mais para os seus interesses.