Juízes pagam faculdade para faxineiro e ele se forma em Direito
Uma história real linda, bem difícil de não se emocionar.Samuel Santos da Silva nasceu em São Paulo mas aos 5 aninhos de idade se mudou junto de sua mãe para Minas Gerais. A vida dos dois era bastante sofrida, chegando ao ponto do jovem passar fome e precisar dormir em igrejas e praças.A mãe de Samuel começou a apresentar problemas psicológicos, precisando ser internada. O menino foi acolhido por outra família mas que também era humilde. Com outros 11 filhos, o pai adotivo trabalhava como marceneiro e a mãe adotiva como faxineira.O paulista revela que seu carinho pelo Fórum começou a surgir no dia em que sua adoção foi oficializada e ele visitou o local. Deste momento em diante ele percebeu que desejava servir ao Judiciário e ajudar outras pessoas. Samuel conseguiu um emprego no Fórum, no setor de serviços gerais, e abraçou a oportunidade com gratidão: “Admiro muito a profissão de faxineiro, que é a profissão de minha mãe adotiva. Comecei a trabalhar […] com muito amor e carinho”, afirmou.
Porém, mesmo feliz com sua função, Samuel sonhava em concluir a faculdade de Direito. Ele conseguiu cursar apenas um período do curso mas, com a falta de dinheiro, não teve condições para continuar – ficando apenas com a dívida das mensalidades. Ele nunca imaginou que este sonho se tornaria realidade graças a uma oportunidade que seria oferecida no trabalho. Novamente o Fórum era o palco de mais uma mudança na sua vida.Em mais um dia normal de trabalho, Samuel conversava com um grupo de servidores e defendeu um ponto de vista jurídico com bastante firmeza, chamando a atenção do juiz Wagner Cavalieri. O Magistrado buscou saber mais sobre o homem e, ao descobrir o sonho de Samuel, se juntou a outros juízes e juntos pagaram a faculdade do ex-faxineiro.“Ele tem grandes virtudes. Vê-lo graduado foi um prêmio pra mim, sensação de satisfação por ter apoiado alguém que não poderíamos perder no mundo jurídico”, afirmou o magistrado Afonso Andrade.Agora que está formado, fazendo pós-graduação em Direito na USP e é estagiário na Procuradoria Geral, Samuel cultiva um novo sonho: Se tornar juiz, assim como seus padrinhos. “Os juízes me apadrinharam e pagaram minha faculdade do 2º período ao final do curso e ainda quitaram a minha dívida que ficou do primeiro período. Foi muito importante para mim viver tudo isso. Quero ser juiz de direito para ajudar”, concluiu.