1. Tente entender o que o outro está dizendo
Uma vez, quatro mendigos se encontraram por acaso em uma encruzilhada: um turco, um árabe, um persa e um grego. Para celebrar o encontro, decidiram fazer uma refeição juntos. Reuniram os poucos centavos que tinham, com o intuito de comprar algo para a comemoração. Mas aí chegaram a um impasse. O que comprar com o dinheiro? “Uzum”, disse o turco. “Ineb”, disse o árabe. “Inghur”, disse o persa. “Staphilion”, disse o grego. Cada um deles havia feito sua escolha num tom decidido, e logo todos estavam discutindo ferozmente, cada um defendendo que sua escolha era a melhor.
Nesse momento, passou por ali um sábio que conhecia todas aquelas línguas e revelou o absurdo da briga.
— Cada um de vocês está sugerindo a mesma coisa, só que com palavras diferentes: uvas!
Quantas vezes não nos inflamamos e saímos, de espada em punho, defendendo nossas opiniões, sem ao menos confirmar antes ou tentar entender o que o outro está nos dizendo?
Autor desconhecido
2. O Sabonete
Um garoto pobre, com doze anos de idade, vestido e calçado de forma humilde, entra na loja, escolhe um sabonete comum e pede ao proprietário que o embrulhe para presente.
– É para minha mãe – diz, com orgulho.
O dono da loja ficou comovido diante da singeleza daquele presente. Olhou com piedade para o seu freguês e, sentindo uma grande compaixão, teve vontade de ajudá-lo. Pensou que poderia embrulhar, junto com o sabonete comum, algum artigo mais significativo. Entretanto, indeciso, ora olhava para o garoto, ora para os artigos que tinha em sua loja. Devia ou não fazer? O coração dizia sim, a mente dizia não.
O garoto, notando a indecisão do homem, pensou que ele estivesse duvidando de sua capacidade de pagar. Colocou a mão no bolso, retirou as moedinhas que dispunha e as colocou sobre o balcão. O homem ficou ainda mais comovido quando viu as moedas, de valor tão insignificante. Continuava seu conflito mental. Lembrou de sua própria mãe. Fora pobre e, muitas vezes, em sua infância e adolescência, também desejara presentear sua mãe.
Quando conseguiu emprego, ela já havia partido para o mundo espiritual. O garoto, com aquele gesto, estava mexendo na profundeza de seus sentimentos. Do outro lado do balcão, o menino começou a ficar ansioso. Alguma coisa parecia estar errada. Por que o homem não embrulhava logo o sabonete? Impaciente, ele perguntou:
– Moço, está faltando alguma coisa?
– Não – respondeu o proprietário da loja – é que, de repente, me lembrei de minha mãe, que morreu quando eu ainda era muito jovem. Sempre quis dar um presente para ela mas, desempregado, nunca consegui comprar nada.
Na espontaneidade de seus doze anos, perguntou o menino:
– Nem um sabonete?
O homem se calou. Refletiu um pouco e desistiu da idéia de melhorar o presente do garoto. Embrulhou o sabonete com o melhor papel que tinha na loja, colocou uma fita e despachou o freguês, sem responder mais nada.
A sós, pôs-se a pensar. Como é que nunca pensara em dar algo tão pequeno e simples para sua mãe? Sempre entendera que presente tinha que ser alguma coisa significativa, tanto assim que, minutos antes, sentira piedade da singela compra, e pensara em melhorar o presente daquele garoto. Comovido, entendeu que, naquele dia, tinha recebido uma grande lição. Junto com o sabonete do menino, seguia algo mais importante e grandioso, o melhor de todos os presentes: o gesto de amor!
Autor desconhecido
3. Sinta orgulho de seu trabalho
O trabalho que cada pessoa executa é uma das fontes de motivação da empresa. Por isso, por mais simples que seja uma tarefa, devemos nos orgulhar dela. Quando Abraham Lincoln foi eleito presidente dos Estados Unidos, a classe alta americana se chocou. Como poderia um proletário assumir a liderança do país? Um senador fez um comentário irônico:
– Vamos ver se o filho de um sapateiro tem condições de dirigir nosso país…
Ao que Lincoln respondeu:
– Que bom o senhor ter se lembrado de meu pai. Eu gostaria de ser um presidente tão bom quanto meu pai foi um bom sapateiro. Aliás, estou vendo que o senhor está usando um par de sapatos fabricado por ele. Aprendi a consertar sapatos com meu pai. Se algum dia os seus apresentarem algum problema, me procure que eu os consertarei.
Não importa o que esteja fazendo, sempre tenha orgulho disso e crie algo especial, porque é nos detalhes que você deixa a sua marca. E a qualidade só é percebida quando nos diferenciamos pelos pequenos detalhes. O reconhecimento de um trabalho bem feito aumenta a motivação. E é disto que as empresas mais precisam: de pessoas motivadas.
Autor desconhecido
4. Pão e Ervilhas
Nasrudin estava sobrevivendo numa dieta miserável de pão e ervilhas. Seu vizinho, que também se dizia um homem sábio, morava num palacete e deliciava-se com refeições suntuosas oferecidas pelo próprio imperador.
Um dia o vizinho interpelou Nasrudin;
– Se você ao menos aprendesse a bajular o imperador e ser subserviente como eu não precisaria viver de pão e ervilhas
– E se você ao menos aprendesse a viver de pão e ervilhas como eu não precisaria bajular e ser subserviente ao imperador – respondeu Nasrudin.
Sufismo
5. Um pedaço de bolo
Às vezes nos perguntamos: “O que eu fiz para merecer isso?”, ou “Por que Deus tinha que fazer isso justo comigo?”
Aqui vai uma belíssima explicação:
A filha dizia a sua mãe como tudo ia errado. Ela não se saiu bem na prova de Matemática, o namorado resolveu terminar com ela e a sua melhor amiga estava de mudança para outra cidade. Enquanto isso, sua mãe preparava um bolo e perguntou se a filha gostaria de um pedaço, e ela disse:
– É claro mãe, eu adoro os seus bolos.
– Toma, um pouco de óleo de cozinha.
– Credo!
– Que tal então comer uns ovos crus?
– Que nojo, mãe!
– Quer então um pouquinho de farinha de trigo ou bicarbonato de sódio?
– Mãe, isso não presta!
A mãe então respondeu:
– É verdade, todas essas coisas parecem ruins sozinhas, mas quando as colocamos juntas, na medida certa, elas fazem um bolo delicioso
Autor desconhecido
6. A Sra. Link
Eu tinha dezoito anos, ia começar a faculdade e estava dura. Para arrumar algum dinheiro, percorri uma rua tranqüila de casas antigas, vendendo livros de porta em porta. Ao me aproximar de um portão, uma mulher alta e vistosa, na faixa dos oitenta anos, saiu de casa vestida com seu roupão de banho e aproximou-se sorrindo.
-Você chegou, querida! Estava esperando! Deus me disse que você viria hoje.
A Sra. Link precisava de ajuda em sua casa e em seu jardim, e estava convencida de que eu tinha sido enviada para ajudá-la. Quem era eu para discutir com Deus?
No dia seguinte, trabalhei durante seis horas seguidas, mas do que jamais havia trabalhado antes. A Sra. Link me mostrou como plantar bulbos, que flores e ervas daninhas eu devia arrancar e onde jogar fora as plantas murchas. Terminei o dia aparando a grama com um cortador que parecia uma antigüidade. Quando terminei, a Sra. Link me cumprimentou pelo trabalho e verificou a lâmina debaixo do cortador.
-Parece que você acertou uma pedra. Vou buscar a lixa.
Logo descobri porque tudo o que pertencia à Sra. Link funcionava como se fosse novo. Ela era extremamente cuidadosa. Depois de consertar o cortador, ela foi buscar sua bolsa. Por seis horas de serviço, me pagou apenas três dólares. E com cheque! Deus é engraçado algumas vezes, não é?
Na semana seguinte, voltei à casa da Sra. Link. Ela me mostrou exatamente como limpar o antiqüíssimo tapete persa com um aspirador igualmente antigo. Enquanto eu tirava o pó de seus bolos tesouros, ela me contava onde tinha comprado cada objeto. A Sra. Link viajara o mundo todo e adorava contar histórias. Para o almoço, ela refogou legumes frescos de seu jardim. Tivemos uma refeição deliciosa e um lindo dia.
Às vezes, eu fazia papel de motorista. O último presente do Sr. Link tinha sido um fantástico carro novo. Quando eu o conheci, o carro tinha trinta anos, mas ainda era fantástico. Ela nunca pudera Ter filhos, mas sua irmã e seus sobrinhos moravam ali perto. Os vizinhos também gostavam dela. E a Sra. Link participava ativamente das questões comunitárias.
Um ano e meio se passou. Os estudos, o trabalho e a igreja ocupavam mais tempo da minha vida e eu via a Sra. Link cada vez menos. Encontrei outra garota para ajudá-la.
O Natal se aproximava e, como eu era pouco expansiva e estava sem dinheiro, a lista de pessoas para quem mandaria cartões era curta. Mamãe deu uma olhada nos nomes e disse:
-Você deveria mandar um cartão para a Sra. Link.
Incrédula, perguntei:
-Por quê? A Sra. Link tem muitos parentes, amigos e vizinhos. Ela é ativa na comunidade. Eu nem tenho me encontrado com ela nos últimos meses. Por que a Sra. Link iria querer que eu lhe enviasse um cartão?
Mamãe não se deu por vencida:
-Mande um cartão para a Sra. Link – insistiu.
No Natal, meio sem graça, dei à Sra. Link um pequeno buquê, que ela aceitou graciosamente.
Algum tempo depois, tornei a visitar a Sra. Link. No meio do console da lareira, na sua sala de estar cheia de coisas bonitas, estava meu buquê murcho – o único presente de Natal que a Sra. Link recebera naquele ano.
Susan Daniels Adams
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