Paciência e atenção
Rodrigo, 34 anos, depois de muito tempo sem visitar o velho pai, resolveu passear com ele. Foram para um parque da cidade e resolveram sentar em um banco da praça.
Enquanto Rodrigo lia seu jornal, seu pai observava a natureza com os olhos cansados de um homem de 81 anos. De repente, diante de um movimento nas árvores, o pai de Rodrigo, seu Orlando, pergunta:
– Filho, o que é aquilo?
Rodrigo afasta por um segundo o jornal e responde:
– É um pássaro, pai…
O velho pai continua acompanhando o movimento do passarinho e, novamente, pergunta:
– O que é aquilo?
Estressado, Rodrigo responde de forma ríspida:
– Poxa! Já falei… Aquilo é um pássaro!!!
Passados alguns segundos, seu Orlando torna a perguntar, apontando para o passarinho:
– O que é aquilo?
Desta vez, o filho explode com sua paciência esgotada, gritando com o próprio pai:
– O senhor está caduco, surdo? Já falei aquilo é um pássaro. P á s s a r o!!! Entendeu???
Nisso, o velho pai faz um sinal pedindo para o filho aguardar. Levanta-se, tira da bolsa uma espécie de diário e pede ao filho para ler em voz alta um trecho escrito há muitos anos:
“Ontem, meu filho, agora com três aninhos, perguntou-me 26 vezes o que era aquilo voando de uma árvore para outra e lhe respondi todas as vezes, com muita paciência, tratar-se de um pássaro. E, em todas as vezes, abracei meu filhinho, orgulhoso e cheio de amor.”
Muitas vezes não temos paciência com nossos pais, achando que eles são chatos, velhos demais e só querem atrapalhar nossa vida. Esquecemos que foram eles que nos orientaram, educaram, socorreram, investindo todo seu tempo, paciência e amor para que pudéssemos, um dia, ser pessoas de bem. E hoje não temos tempo e paciência para com eles.
Autor Desconhecido
Tempo
No parque, uma mulher sentou-se ao lado de um homem.
Ela disse:
Aquele ali é meu filho, o de suéter vermelho deslizando no escorregador..
— Um bonito garoto – respondeu o homem – e completou: – Aquela de vestido branco, pedalando a bicicleta, é minha filha.
Então, olhando o relógio, o homem chamou a sua filha.
— Melissa, o que você acha de irmos?
Mais cinco minutos, pai. Por favor. Só mais cinco minutos!
O homem concordou e Melissa continuou pedalando sua bicicleta, para alegria de seu coração
Os minutos se passaram, o pai levantou-se e novamente chamou sua filha:
— Hora de irmos, agora?
Mas, outra vez Melissa pediu:
— Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutos!
O homem sorriu e disse:
— Está certo!
— O senhor é certamente um pai muito paciente – comentou a mulher ao seu lado.
O homem sorriu e disse:
— O irmão mais velho de Melissa foi morto no ano passado por um motorista bêbado, quando montava sua bicicleta perto daqui. Eu nunca passei muito tempo com meu filho e agora eu daria qualquer coisa por apenas mais cinco minutos com ele. Eu me prometi não cometer o mesmo erro com Melissa. Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta. Na verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-la brincar…
Em tudo na vida estabelecemos prioridades. Quais são as suas?
Lembre-se: nem tudo o que é importante é prioritário, e nem tudo o que é necessário é indispensável!
Dê, hoje, a alguém que você ama mais cinco minutos de seu tempo.
Autor Desconhecido
Meu irmão mais velho
Nunca pensei que fosse sentir falta das meias malcheirosas do meu irmão espalhadas pelo chão ou da música que ele ouvia no volume máximo sempre que estava em casa. Mas, desde que ele foi para a faculdade, sinto meu coração apertado. Estou morrendo de saudades. Sempre fomos muito próximos, apesar da diferença de idade – eu tenho quatorze anos.
Meu irmão é um cara fora do comum, inteligente e gentil. Além disso, minhas amigas vivem suspirando pelos cantos e dizendo que ele é lindo. Mas o que me faz sentir tanto orgulho é o jeito como ele lida com as coisas, como trata os amigos e a família, como se importa com as pessoas. É assim que eu quero ser. Se vocês não se importarem, eu gostaria de explicar o que quero dizer…
Ele se candidatou a quatorze faculdades e foi aceito em todas, menos na que queria, a Brown University. Então optou pela Segunda escolha. Tudo correu bem no primeiro ano de faculdade, mas ele não estava satisfeito. Ao voltar para casa nas férias de verão, ele contou que tinha bolado uma estratégia para entrar na Brown. Queria saber se nós o apoiaríamos.
Seu plano era se mudar para Rhode Island, perto da Brown, arrumar um emprego e fazer tudo o que pudesse para ficar conhecido na área. Ele trabalharia duro e tinha certeza de que alguém iria notá-lo. Não era uma decisão fácil para meus pais, porque significava concordar que ele ficasse um ano fora da faculdade, o que para eles era assustador. Mas meus pais confiavam no meu irmão e o encorajaram a fazer o que achasse necessário para realizar seu sonho.
Não demorou muito para ele ser contratado como produtor de peças de teatro – é, adivinharam – na Brown. Era sua chance para brilhar, e ele brilhou. Nenhuma tarefa era grande ou pequena demais. Ele se dedicou totalmente ao trabalho. Conheceu professores e administradores, contou a todo mundo sobre seu sonho e nunca hesitou em dizer-lhes o que estava buscando.
E no final do ano, é óbvio, quando ele tornou a se candidatar à Brown, foi aceito.
Ficamos todos extremamente felizes e eu senti enorme orgulho do meu irmão. Aprendi uma lição importante – uma lição que ninguém poderia ter me ensinado com palavras, uma lição que eu só poderia aprender vendo com meus próprios olhos. Se eu der duro pelo que quero, se continuar tentando mesmo depois de ser rejeitada, meus sonhos também podem se realizar. Este é um presente que eu ainda guardo no coração. Por causa do meu irmão, eu confio na vida.
Recentemente, fui sozinha a Rhode Island para visitá-lo e tive uma semana sensacional, sem adultos por perto. Na noite anterior à minha volta, estávamos conversando sobre vários assuntos quando meu irmão, olhando nos meus olhos, disse que eu nunca fizesse nada que não achasse certo, por mais que os outros insistissem. Também disse para eu confiar sempre no desejo do meu coração.
Chorei durante toda a minha viagem de volta, sabendo que meu irmão e eu seremos sempre amigos e me dando conta da sorte que é ser sua irmã. Uma coisa estava diferente: eu não me senti mais uma garotinha. Parte de mim havia crescido naquela viagem e pela primeira vez pensei na grande tarefa que me esperava em casa. Tenho uma irmã dez anos mais nova e quero ajudá-la a fazer as escolhas certas. Hoje sei como é importante ter um ótimo professor.
Lisa Gumerick
Histórias para Aquecer o Coração dos Adolescentes
Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Kimberly Kirberger
Editora Sextante
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